Agora que já tenho lista de temas para conversarmos até ao Natal… não sei por onde começar! 🙂
Vou tirar papelinho… é isso… esperem um pouco…
And the winner is / e o vencedor é: Infeção do tracto urinário (ITU)…
Infeção do tracto urinário (ITU) pode ser na bexiga, uretra, rim, mas vamos falar aqui hoje sobre infecção da bexiga (cistite).
Confusão constante entre Cistite e infeção vaginal… ambas podem ocorrer em simultâneo… mas não tem nada a ver uma com a outra! Todos as semanas apercebo-me de como é confuso para quem não é da área perceber as diferenças…
Ora bem, a infeção vaginal tem como sintomas corrimento vaginal e por vezes prurido. A cistite causa peso no fundo da barriga, vontade de urinar constante, sensação que não se esvazia completamente a bexiga (mal se acaba, apetece de novo..), pode a urina apresentar-se turva ou com sangue e numa percentagem elevada uma dor tipo uma agulha, intensa que sobe pela uretra acima mesmo no final da micção…
É uma infecção que pode ocorrer em qualquer idade, desde bebé até ao nosso último suspiro… é mais comum na pós-menopausa e na gravidez, apesar que nesta última é quase sempre assintomática. É mais comum nas mulheres do que nos homens. Ocorre também em pacientes imunodeprimidas e após cirurgias do tracto urinário ou outras (devido à algaliação). Muitas vezes está associada à relação sexual.
Mais comum:
- Na mulher porque a uretra (tubo que une a bexiga à vagina) é muito mais curta na mulher que no homem (cerca de 3cm para 25cm…), e mais perto do ânus facilitando a entrada de microorganismos no sistema urinário.
- Na gravidez porque durante a gravidez ocorre um conjunto de alterações anatómicas e fisiológicas que predispõem a cistite Por esta razão está indicado na gravidez pesquisar em todos os trimestres a ITU, até porque na maioria dos casos na gravidez a cistite ocorre de forma assintomática e tem tendência a evoluir para Pielonefrite (infeção do rim, que na gravidez pode ser grave e obrigar a internamento).
- Na pós-menopausa, porque a diminuição de estrogénios altera o pavimento pélvico e facilita a subida das bactérias para a bexiga, devido à atrofia e secura da pele vulvar.
- Nas pessoas imunodeprimidas (com baixa do sistema imunitário, como diabetes, infeção por HIV e outras doenças ou medicação que diminuem as defesas do organismo).
- Após a relação sexual. Pode aumentar sim a incidência porque facilita a subida dos microorganismos da área genital e ânus até á bexiga. No entanto a infecção urinária é uma doença causada pela contaminação da bexiga por bactérias do seu próprio corpo. Não é, portanto, uma doença transmitida de uma pessoa para outra. O ato sexual por si só produz atrito, o que leva à irritação da região genital e ajuda a espalhar as bactérias do períneo. O ato de urinar ao fim de cada relação ajuda a “lavar” a uretra, empurrando para fora as bactérias que possam ter migrado durante o sexo.
É importante desfazer o mito: as infecções urinárias não são contagiosas e não se apanham em sanitários públicos ou piscinas, como frequentemente se pensa, e têm tratamento.
O que fazer? Idealmente devem recorrer ao vosso ginecologista ou médico de família para colheita de microbiológico de urina (colheita de urina para identificar o microorganismo que se encontra por detrás da infecção) e logo após a colheita iniciar antibiótico. O antibiótico é então escolhido partindo do princípio que se trata da bactéria mais comummente envolvida nestas infecções. Se não houver resposta ao tratamento em 48h há reavaliação com medicação de acordo com o resultado do microbiológico colheita previamente.
Medidas Preventivas para quem tem cistites recorrentes:
- Beber muita água
- Urinar após as relações sexuais (empurra as bactérias que migraram durante o acto sexual para a uretra para fora)
- Por vezes está indicado toma de suplementos alimentares que alteram…
- Ter um médico que aconselhe e acompanhe
- Por vezes está indicado a profilaxia com antibiótico após o ato sexual em casos em que há clínica de cistite associada à atividade sexual (surgem sempre 24 a 48 horas após o coito).
- Evitar limpar-se de trás para frente
- Ter cuidado na prática de sexo anal
A principal bactéria responsável pelas cistites (cerca de 80% dos casos) é a Escherichia coli, bactéria que habita normalmente o intestino. A bexiga é ótima para a sua multiplicação e sobrevivência.
A E.coli agarra-se através de fimbrias (prolongamentos) às paredes da bexiga, provocando cistites recorrentes.
Quando se confirma que é esse o agente responsável por várias cistites recorrentes é de ponderar a toma da vacina direccionada para essa bactéria. Estudos referem também que o arando vermelho, presente em alguns suplementos alimentares, impede a adesão das bactérias.
Apresentei-vos os sintomas, expliquei medidas de prevenção, desmascarei mitos…
Agora está nas vossas mãos!
Procurem o vosso médico! Há modo de prevenir e tratar esta infecção tão comum na mulher!
Para a semana há novo “papelinho”…
Se acharam interessante e relevante partilhem!
Gostei da ideia dos papelinhos ? e claro, do tema!É smp importante estar atento aos sinais e agir como manda “a lei”! Obg por mais um tema importante ?? fico à espera do próximo.
Gostei muito do artigo. Está escrito de uma forma fantástica: descontraída para desmistificar alguns conceitos errados e sem muitos “palavrões” científicos. Vou definitivamente partilhar. Até ao próximo tema??
Sem dúvida, desmistificar ideias.bom domingo.