Select Page

Porque insisto em desenhar… se não o sei?!

Crise existencial?! Não… Mas gosto de me questionar o porque de alguns hábitos/manias que tenho…

Hoje ouvi um conselho focando a importância de que pelo menos uma vez por ano tirar um dia parar e olharmos para nós próprios.

Que pontos fracos e pontos fortes temos… o que melhorar? Como o fazer?

Uma vez por ano não chega para mim… eu paro várias vezes… e gosto de me “Analisar”… mais do que tudo saber para onde quero ir, avaliar se me mantenho fiel ao meu sonho e ponderar os caminhos que me podem levar ao meu destino. Não escolho os caminhos fáceis, mas os que me dão mais prazer. Gosto do sabor da conquista, gosto do percurso, gosto de Crescer.

Mas voltando aos desenhos! Sim, porque também padeço desta “virtude” de conversar e perder-me em introspeções… Porque desenho eu?! Se a minha própria filha desenha melhor do que eu desde os seus 3 anos?!

Quem esteve nas minhas consultas, principalmente as pacientes não grávidas, já levou muitas vezes com os meus rabiscos...  desenhe mal ou bem… ajudam-me imensas vezes a explicar os meus “assuntos”…

Eu não lhes chamo “desenhos”… são esquemas, pequenos truques que uso para vos explicar por exemplo, porque razão se não tivermos período, este não nos sobe à cabeça!

Quantos úteros já desenhei a explicar que a fina camada do interior do útero (endométrio) que espessa e depois descama com a flutuação hormonal é pouquíssimo… pouco mais que 1-2 colheres de sopa… tudo o resto é sangue que nos corre nas veias… e então se tivermos muito perda de sangue ficamos com anemia! O contrário, ie, ter um método que faz com que o endométrio não espesse, nem descame ao longo do ciclo menstrual não nos sobe à cabeça e não nos faz inchar… porque o sangue que sai é o que corre nas nossas artérias e veias…

Tantos esquemas de ovários poliquísticos para vos explicar porque o impulso hormonal que vem lá de cima (da hipófise) para provocar uma ovulação por vezes não é suficiente para um ovário que tenha imensos pequenos folículos… e depois seguem-se as analogias, uma mãe com muitos filhos se tiver apenas um pão para partilhar entre  todos por igual o que acontece? Nenhum cresce… e então o que podemos fazer? Simples… dar um pão maior para obtermos um folículo dominante que depois ovule… E assim desmistifico o que ouviram a vida toda “que não vão conseguir engravidar”… E de seguida dou-vos a orientação para produzir um pão em condições… e depois? Depois sigo-vos com muito prazer a gravidez que se sucede.

Mas há muitos mais esquemas… esquemas de DIU’s e SIU’s… esquemas de cirurgias… Explicar o porque das patologias…

O que se pode fazer para corrigir incontinência urinária de esforço…

Explicar que aqueles “papos” que muitas vezes sentem na entrada da vagina, ali mesmo a aflorar a vulva, são apenas as paredes da vagina, que muitas vezes após os partos e com o avançar da idade descaem? E que corrigir, se incomodar, é como ir à costureira e tirar o pano que está em excesso?

Nota: convém sempre confirmar o que é!! Pode não ser isso!                                                           Nota 2:  Neste caso sendo o tecido a pele/mucosa, optem por pedir ao médico para o corrigir e nunca à costureira! 😉

E no fim do dia, ao arrumar a secretária sorrio com o raio dos rabiscos que vou atirando ao lixo… se bem que agora que estou a pensar nisto… não sei se os guarde e com umas legendas… quem sabe…

No fim da consulta fico grata, quando ouço: “ Ahhh, finalmente percebi!”…

E é aí que sei que aquele tempinho extra que usei para vos explicar o que se passa e como solucionar valeu a pena… E os meus rabiscos, quase que são desenhos… 😉

 

Se gostou, partilhe: