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Na passada 6ªf, dia 17 de Novembro assinalou-se o dia da Prematuridade.

O que é o parto prematuro? Qual a sua incidência? Que factores de risco? Que sinais de alerta? Pode haver sequelas? Qual a taxa de sobrevida? O que fazer quando acontece? As respostas seguem abaixo…

Se quiserem também podem ver a entrevista sobre o assunto, no link que se segue… 😉

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Em todo o mundo nascem, por ano, cerca de 15 milhões de bebés prematuros e, destes, mais de 1 milhão não sobrevive.

A prematuridade é a principal causa de morte no primeiro mês de vida e a segunda causa de morte antes dos 5 anos. Em Portugal, 8 em cada 100 bebés nascem prematuros.

Em muitas das crianças que sobrevivem, registam-se sequelas significativas, como a dificuldade de aprendizagem, o défice de visão e de audição.

O parto prematuro é aquele que ocorre antes das 37 semanas, sendo designado de extremo, quando tem lugar antes das 28 semanas (maioria peso < 1000g); moderado, se ocorre entre as 28 e as 32 semanas, e pré-termo limiar, se acontece entre as 33 e as 37 semanas.

Quanto maior for a idade gestacional à data do parto, menor será a probabilidade de sequelas. O avanço tecnológico e a diferenciação de alguns hospitais em apoio perinatal permitiram o aumento significativo da taxa de sobrevida do bebé prematuro.

Atualmente, nesta área, os avanços médicos são frequentes, assumindo-se que, em regra, os bebés com mais de 1000 g sobrevivem em 95% dos casos.

São factores de risco para a prematuridade, a gravidez gemelar, a gravidez resultante de técnicas de procriação médica assistida (PMA), bem como antecedentes de parto prematuro ou abortamentos recorrentes em gestações prévias. A estes, acrescem a gravidez nos extremos da vida reprodutiva ( < 18 e > 35 anos), o tabagismo, o baixo peso materno e o insuficiente ganho ponderal na gravidez, as profissões de desgaste físico e ainda o stress psicológico intenso.

O aumento de prematuros deve-se a variados factores, devendo destacar-se especialmente o adiar da idade materna (mulher com mais patologia associada e com maior número de gestações gemelares) e ao avanço da medicina, que permite que mulheres com patologia crónica sejam mães e possibilitam também as técnicas de PMA, que aumentam o número de gravidezes gemelares.

Refira-se que nem sempre o parto prematuro é espontâneo, sendo muitas vezes iatrogénico, isto é, consequência de uma decisão médica. O Obstetra decide pelo parto antes do termo, quando existe uma situação clínica suscetível de colocar a vida do feto e/ou da mãe em risco. Os casos mais frequentes são a restrição do crescimento intrauterino grave com alterações da fluxometria e a patologia materna da gravidez, como a Pré-eclâmpsia grave e Síndrome de HELLP, que podem resultar em morte fetal e/ou materna. Nestes casos, o parto é o tratamento.

A prevenção passa pela identificação das grávidas de risco e pelo acompanhamento mais apertado nestes casos; pela redução dos factores de risco, quando possível; pela atenção aos sinais de alerta. Se detetados atempadamente é possível instituir medidas terapêuticas como a corticoterapia antenatal para maturação pulmonar e diminuição da incidência de enterocolite necrotizante e hemorragia interventricular, complicações comuns nestes bebés.

Não menos importante é orientar as grávidas com eminência de parto prematuro para um centro hospitalar com tecnologia adequada e com equipa de neonatologia treinada.

A taxa de prematuridade está a aumentar, mas a taxa de sobrevida de bebés sem sequelas está a estender-se a idades gestacionais cada vez menores.

 

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