Miomas – quem nunca ouviu falar de miomas?
Pois… é uma patologia bastante comum na mulher.
O mioma uterino é o tumor benigno mais comum na mulher em idade reprodutiva e está associada a vários sintomas. Tem origem nas células musculares do útero.
Os seus sintomas são variados de acordo com a sua localização e tamanho.
De um modo simples podemos dividi-los em Submucosos, Intramurais e Subserosos (ver desenho acima- desculpem a falta de jeito para o desenho… 😉 ).
Quando são submucosos (SM-dentro da cavidade uterina) podem estar associados a aborto espontâneo, parto prétermo, apresentação fetal anómala, infertilidade e hemorragia anómala. Os intramurais (IM-no meio da camada muscular) se com componente submucoso apresentam as mesmas complicações que os submucosos. Se volumosos causam dor e hemorragias abundantes. Os subserosos (SS-crescem para fora do útero) causam essencialmente, se volumosos, compressão da bexiga e outros órgãos próximos.
Normalmente são benignos, mas devem ser sujeitos a vigilância ecográfica no mínimo anual, pois se crescimento rápido existe hipótese de malignidade e devem ser removidos.
O seu diagnóstico é ecográfico, por vezes são suspeitados pelos sintomas associados, outras vezes meros achados na rotina anual ginecológica. Quando submucosos pode ser difícil o diagnóstico diferencial com pólipo endometrial e nesses casos dever ser realizada uma histeroscopia.
A histeroscopia, realiza-se com a introdução de um histeroscópio (aparelho muito fino) na cavidade uterina, por via vaginal que através de uma óptica nos permite observar num ecrã o interior do útero e, se necessário, proceder à remoção do pólipo/mioma SM.
A abordagem depende do tamanho, sintomas e desejo de manter a fertilidade.
A abordagem é na maioria das vezes cirúrgica, podendo ser :
– Miomectomia – exérese do(s) mioma(s) – pode ser por histeroscopia se intracavitários (SM); ou por via abdominal se SS ou IM.
– Histerectomia – exérese do útero- se já não há desejo de manter a fertilidade ( principalmente se volumosos ou IM/SS).
Atualmente tb existe tratamento farmacológico, que tem lugar em alguns casos selecionados.
Existem diversos fatores a ter em atenção na decisão na abordagem terapêutica desta entidade. Em qualquer dos casos devem aconselhar-se com o vosso ginecologista sobre as opções no caso concreto. Se tiverem dúvidas podem sempre pedir uma segunda opinião, lembrando-se sempre que cada caso é um caso e o melhor tratamento pode não ser o que foi proposta á amiga…
Os principais motivos de vos falar hoje sobre este tema, foram:
- Perceberem que é muito comum
- Saberem que existem várias abordagens e cada caso é concreto
- Farmacológica
- Cirúrgica
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- Histeroscopia
- Laparotomia
- Laparoscopia
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- A abordagem vai depender de:
- Localização
- Número
- Tamanho
- Sintomas associados
- Desejo ou não de preservar a fertilidade
- Idade
- No contexto de infertilidade, se SM ou IM volumosos está indicado a sua exérese de modo a melhorar o prognóstico
- Na gravidez se presença de miomas volumosos podem ocorrer sintomas, como dor, apresentações fetais anómalas, parto pré-termo, restrição de crescimento fetal e hemorragia pós-parto.
- Regra geral, depois da menopausa o crescimento para. No entanto se houver sintomas na peri-menopausa não se deve esperar pela menopausa pois esta não tem data definida.
- Espero ter-vos explicado minimamente o que são e o opções terapêuticas que existem para estes tumores benignos do útero.
Se tiverem dúvidas, já sabem…perguntem!