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Pregnancy Brain … ou Cérebro de Grávida

Pregnancy Brain … ou Cérebro de Grávida

Há uns dias atrás fui convidada para responder a uma questão peculiar… ” O cérebro de Grávida  é mito ou realidade?!” Com esta questão pretendiam saber se a diminuição da capacidade de concentração e perda de memória a curto prazo, assim como diminuição da memória espacial/visual é mesmo real na gravidez. Escusado será dizer que me agarrei ao teclado a escrever sobre um dos fenómenos mais transversais na gravidez… sobre o qual, quem me conhece sabe que dedico  sempre uns minutos das consultas a relembrar os maridos que é mesmo assim… e acontece com todas! Na verdade sou só eu a praticar a função de advogada da minha paciente ( prezada incubadora do meu segundo paciente, o bebé)… O Mundo tem que perceber que é mesmo assim… e que a grávida dedicada à sua principal função de momento ( formar todo um pequeno ser vivo) … “perde-se” um pouco em outras funções… A boa notícia é que ao fim de cerca de um ano pós-parto, se o bebé for calmo e deixar a mãe dormir durante a noite… tudo volta ao normal. Espreitem lá o texto na íntegra que saiu na Activa 23 julho…  Para ler e partilhar, para que todos se lembrem que é mesmo Assim… e é tudo por um bem maior…  
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Parabéns ao Meu Amor

Parabéns ao Meu Amor

Acordei, e não estavas ao meu lado.

Pela primeira vez em 12 anos, não acordaste com o meu pequeno- almoço na cama, no 10 de junho.

Senti um vazio, que na verdade não tem grande razão de ser, já que daqui a pouco estarás aqui…

Mas quem controla o que se sente?

Corri para o teu quarto e deitei-me no meio das tuas almofadas em cima da cama e fiquei mais quente… mais perto.

All of Me loves All of You, está escrito numa delas… e sorrio, porque não há frase mais adequada para o que eu sinto por ti. Amo cada centímetro de ti.

Estás a crescer miúda, cada vez mais rápido e nem a quarentena o abrandou…

O olhar meigo e doce, com esses olhos gigantes cheios de sonhos mantém-se… um olhar que abarca o Mundo… tudo o resto se renova…

Uma adolescente encantadora (sim porque a adolescência agora começa mais cedo)… já da minha altura, que vibra com as suas músicas, séries, atores e cantores favoritos… mas que de repente me pinta o quarto de pintas cor de rosa porque se lembra de ligar o difusor de bolinhas de sabão com corante cor de rosa…

Uma ternurenta menina com um toque a rebeldia, pintada por uma distração inata e com cheiro a tudo de bom.

Já são 12 anos de conexão intensa, recheados de mil momentos… tantos acordares, tantos adormeceres agarradas, tantas viagens por vários países, tantos brunchs em casa e almoços na beira da praia… as duas juntas de mão dada.

Quero Mais Maria… quero ficar sempre por perto, com esta nossa proximidade rara… E mesmo sabendo que a adolescência é um país mais inóspito para mães peço-te que me deixes estar ao teu lado, no meio das tuas dúvidas, pequenas angústias, conquistas e desilusões.

Sim querida elas também fazem parte da Vida, mas vão te fazer crescer…

Não te quero levar ao colo… mas caminhar ao teu lado e dar-te a mão quando o salto for maior, mesmo sabendo que volta e meia vais cair…porque viver é assim.

Hoje é feriado, o feriado de Portugal… mas para mim é o TEU feriado, o dia que assinala o momento que te vi pela primeira vez e que o meu coração passou a bater fora do meu peito. Agradeço TODOS os dias este milagre que me foi dado… porque sou grata, muito grata por ser tua Mãe.

Parabéns miúda linda! Mas para mim, na verdade, todos os dias são teus…

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O Domingo não foi no consultório…

O Domingo não foi no consultório…

Mais um Domingo… que sem contar, acabei por ir trabalhar…
Uma bebé quis nascer, assim sem aviso… e enquanto os pais desciam o Marão, juntamos a equipa.

Estávamos todos prontos quando chegaram… porém como o COVID da grávida é desconhecido… e não há tempo a esperar pelo resultado que entretanto fora colhido ali mesmo… equipamo-nos tal Astronautas  com várias camadas de proteção…
No fim de colocar aquilo tudo, já a suar e ainda sem ter começado, reparo que mal nos ouvimos e percebo que desta vez, se precisar de algo vou ter que gritar… bem, há sempre uma primeira vez, certo?

Não me sai da cabeça o pensamento “coitados dos colegas e enfermeiros que têm que andar assim todos os dias, na linha da frente…” . Se isto não é tortura… não sei.

No meio daquela panóplia de máscaras, óculos, viseiras, batas e mais batas, luvas e afins… a grávida sorri… dizendo que se consegue ver nos nossos olhos que estamos a sorrir de volta…
Sorrio, porque a sei tranquila, mesmo no meio daquilo tudo.
Sorrio porque sei que em breve terá a sua Maria nos braços.
Sorrio porque espero que em breve o COVID deixe de transtornar as nossas vidas…

Tenho saudades de um abraço… na verdade não sei quando voltará a haver abraços… mas recuso-me a pensar nisso até porque o dia está magnífico e ao voltar a casa, contemplo o mar e nele vejo a Esperança.

Os bebés continuam a nascer encantadores, o sol continua a nascer e a mergulhar no mar todos os fins de tarde… E eu, migalha de areia, continuo a Acreditar…

 

PS: créditos da fotografia – Anestesista Top (A.L.)

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Uma Páscoa diferente & COVID19 na Gravidez II

Uma Páscoa diferente & COVID19 na Gravidez II

Uma Páscoa tão diferente… não há folar… estamos “presos” em casa…

Mas como gosto sempre de ver o copo meio cheio e não meio vazio… e também porque é preciso LUZ quando o dia se acinzenta… Na Verdade estamos longe, mas perto… o pão de ló foi feito em casa com as crianças… sentimos a ausência de muitos dos nossos, mas é uma saudade boa… porque em breve sentimos que tudo isto vai mudar… e vamos de certa forma dar mais valor ao que por momentos deixamos de ter…

Aproveitemos, como Jesus fez para renascer… no meio de da pandemia e das restrições que vivemos, acordar com uma nova versão de nós mesmos… mais tolerantes, menos egoístas, menos egocêntricos, mais “coloridos”, mais amáveis… com uma nova visão do Mundo e gratos com tudo o que temos e que damos por garantido! ( mas não é…)

Não podia deixar de partilhar a conversa agradável, como sempre, que tive ontem com a Mariana D’Orey, sobre o COVID19 & a Grávida… em poucos minutos e num formato diferente ( my god… uma conversa num ecrâ)… cliquem AQUI para verem a nova versão dos Filhos & Cadilhos…

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Ser mãe em tempo de Pandemia

Ser mãe em tempo de Pandemia

Hoje não vos trago um texto que surgiu nos meus pensamentos,  mas sim informativo…

Não vos vou falar sobre a Pandemia que invadiu as nossas vidas e nas repercussões gigantes que trouxe para todos nós mas no seu impacto no Mundo das grávidas.

Vamos a factos. Se bem que na realidade que estamos a viver, falar em factos possa ser perigoso, pois a informação é escassa, está em constante mudança e no atual momento é díspar conforme a fonte que consultarmos, mesmo estando a procurar nas fontes mais “seguras” e não no Doctor Goggle. Devem ainda manter presente que na informação que refiro ser baseada em estudos diz respeito a um número muito limitado de casos.

Penso que sejam estas as grandes dúvidas, de momento, em relação à infeção COVID19 na grávida.

  1. As grávidas são mais suscetíveis à infeção pelo coronavírus (COVID19)?
  2. A infeção pelo COVID19 na grávida pode ser mais grave?
  3. Como se devem proteger as grávidas?
  4. Há evidência de transmissão vertical da doença?
  5. Estão descritos efeitos adversos no outcome da  gravidez causados pelo COVID19?
  6. Há evidência de sequelas teratogénicas?
  7. Neste momento se no dia do parto a mãe está infetada o RN deve ser separado da mãe?
  8. A amamentação na grávida infetada está desaconselhada?

Se tiverem mais coloquem-nas que eu tento responder, dentro das limitações que existem, neste momento.

  1. As grávidas são mais suscetíveis à infeção pelo coronavírus (COVID19)?

Os estudos até à data não demonstraram maior apetência do vírus pela grávida. (Ie, aqui entre nós, o vírus “gosta mais” de uma velhinha do que de uma grávida…)

  • A infeção pelo COVID19 na grávida pode ser mais grave?

Sabe-se que a mulher grávida tem maior risco de morbilidade e mortalidade perante outras infeções respiratórias (como o SARS-CoV ou mesmo a gripe banal), pelo que me parece sensato incluir as grávidas na população de risco para a infeção COVID19.

  • Como se devem proteger as grávidas?

As recomendações são idênticas à da população geral. Neste momento passa por isolamento social como primeira linha de proteção, sempre que possível, e no caso das grávidas pessoalmente acho que tem que ser possível.

  • Há evidência de transmissão vertical da doença?

Todos os recém-nascidos de mães COVID19+ até à data testaram negativo, pelo que se pressupõe que a transmissão vertical (da mãe para o feto) não ocorra.

  • Estão descritos efeitos adversos no outcome da gravidez causados pelo COVID19?

Não está esclarecido até à data. Estudos revelam provável risco aumentado de parto pré-termo (mas os casos são escassos para se estabelecer uma relação causal). No entanto, sabemos que qualquer infeção sistémica da mãe pode ter esse efeito.

  • Há evidência de sequelas teratogénicas?

Tendo em conta que numa gravidez a teratogenecidade ( capacidade de uma gente externo, como um medicamento, infeção, Rx, … induzir malformação no feto) ocorre essencialmente nas primeiras semanas de gravidez e esta nova infeção surgiu em Dezembro na verdade não podemos assumir que não exista teratogenecidade porque ainda não nasceram os embriões/fetos das grávidas infetadas nesta fase. Sabe-se que nos vírus da mesma família, como o SARS- CoV (2002) e o MERS-CoV (2013) não foram considerados teratogénicos.

Tudo aponta para que não existam, mas não há para já certezas.

Dados reais só daqui a uns meses quando estes bebés nascerem.

  • Neste momento se no dia do parto a mãe está infetada o RN deve ser separado da mãe?

Neste tópico surge a maior discórdia.

A OMS (organização mundial de saúde) diz que não.

A DGS  (direção geral de saúde) e a ACOG (American College of Obstetricians and Gynecologists) dizem que sim. Na China, que é onde temos mais informação disponível por a Pandemia ter começado aí foi aconselhada esta separação durante 14 dias.

A organização mundial de saúde responde pelo mundo inteiro e em países desfavorecidos a separação do RN da mãe seria impossível (nos países pobres seria como condenar à morte o recém-nascido).

É um tópico muito controverso e as opiniões podem divergir.

Tenho o hábito de me colocar no lugar do outro quando se trata de decisões médicas… então se eu tivesse um filho hoje estando infetada pelo COVID19?

Pensei e pensei… e sabendo que a DGS determina a separação, só me restaria aceitar (não quer dizer que não me custaria!) pois se acontecesse algo ao meu bébe por eu o ter contaminado nunca me perdoaria. Sou mãe e a minha filha está sempre em primeiro lugar. Esta é a minha premissa… não há dados, mas parece-me impossível (dado a facilidade de contágio que o vírus apresenta) estando infetada conseguir dar de mamar e cuidar do meu recém-nascido e não o infetar, e se essa infeção trouxesse sequelas permanentes para o meu filho iria viver com essa culpa. Não quero com isto dizer que daqui a uns meses se verifique que a infeção no recém-nascido não tem qualquer repercussão… mas até lá parece-me prudente o que está aconselhado atualmente nos hospitais portugueses.

Há muitas situações em que o recém-nascido é separado da mãe semanas (como nos prematuros), e não é por isso que ao fim de 2, 4, 10 semanas tenham alta para os seu lares e não sejam crianças saudáveis e felizes.

Pessoalmente há uma só forma de não terem que passar por este momento angustiante grávidas: protejam-se e simplesmente não sejam infetadas!

  • A amamentação na grávida infetada está desaconselhada?

Em relação à amamentação, não houve até à data deteção do vírus no leite materno, porém por precaução (e pelos motivos referidos na alínea anterior) em Portugal está a ser desaconselhada nos casos de mãe infetada por COVID19.

Peço-vos para focarem o vosso esforço para não serem infetadas… só isso está na vossa mão.

Estamos todos (ou quase todos) em ISOLAMENTO… e infelizmente muitos ainda não o perceberam…

Não há exceções, não há o “vou só ali”…

Tenho-me esforçado por não ficar infetada pois sei que se isso acontecer não poderei fazer alguns partos e não vos quero abandonar numa altura tão sensível.

Como o faço? A minimizar os contactos ao máximo e proteger-me ao máximo nos contactos que tenho que ter. Só isto está nas minhas mãos.

Sim, para algumas, as grávidas que forem infetadas, não vai ser perfeito…

Sim, ser mãe no meio desta Pandemia veio trazer mais um desafio à maternidade…

Estamos Em Guerra, queremos minimizar danos… decisões são tomadas todos os dias, e será sempre escolhido o caminho do mal menor… nunca a máxima “em tempos de guerra não se limpam armas” teve tanta aplicação nas gerações atuais como agora…

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Pandemia

Pandemia

Não há muito a dizer, quando tanto já tem sido dito, escrito, falado.

Se há 3 semanas atrás achei que havia um certo alarmismo dos media sobre uma tal nova versão de gripe que tinha despoletado na China, rapidamente uns dias depois quando Itália começou um a ser um palco de Guerra tremi, engoli em seco ao aperceber-me da realidade.

Na verdade estamos em Guerra contra um inimigo silencioso, pequeno e letal.

Esta semana que passou dei por mim perplexa perante comentários que ouvi… ninguém parecia perceber a gravidade da situação!

Uns diziam com ar de desprezo: “Mas isso só mata os velhinhos, não é?!”… outros achavam que iam de férias dentro de uns dias… e ainda houve com ficasse irritado de eu ter ligado a aconselhar não vir à consulta de rotina, mas só se deslocassem para o Hospital em caso de urgência…

Potencialmente metade de nós estará contaminada, mas assintomática… pelo menos temos que agir desse modo … só assim travaremos a pandemia antes que mate milhares de nós… porque as baixas vão ser mesmo muitas.

Os relatos que tenho lido de médicos de Itália deixam-me em angústia e inquietação, pois pressinto que daqui a uns dias estaremos a viver essa realidade… médicos exaustos, a trabalhar mesmo doentes e a ter que decidir quando desligar um doente e ligar outro…

Por favor sigam as instruções que vão sendo dadas pela DGS e se depender de vós, juntem uns 20% mais de rigor, de esforço, de isolamento…

Por favor não estejam de quarentena e vão para a praia, esplanadas, cinemas, bares…

STAY HOME … é só isso que se pede à grande maioria…

Arrumem a casa, leiam livros, vejam séries, brinquem com os miúdos… descansem… não se estão sempre a queixar que umas férias vinham mesmo a calhar?! Aqui estão elas, umas férias forçadas no vosso Lar…

Pessoalmente, venho pedir que por favor não marquem consultas se não estiverem Grávidas.

Aliás peço que todas as minhas grávidas me mandem uma sms a dizer com quantas semanas estão, quando foi a última consulta e quando está prevista a próxima, para me ajudarem a organizar a agenda, de modo a minimizar contactos … quero estar disponível para os partos… e só o poderei fazer se não estiver de quarentena.

Neste momento também estão contra-indicados acompanhantes às consultas… mesmo os futuros pais deverão esperar no carro … prometo que envio uma fotografia do baby.

Aproveito para vos dizer, que para já os dados dos poucos estudos que há nesta área não demonstram que as grávidas sejam Grupo de Risco particular (se bem que qualquer infecção na mulher grávida seja potencialmente mais grave, portanto resguardem-se). Pensa-se também que não exista transmissão intra-uterina ao feto… no entanto estejam atentos aos updates.

Temos que estar todos Unidos… senão sairemos derrotados e o preço da derrota é elevado.

É um momento mau para todos, vão ser meses de esforço com grande impacto na economia mundial e pessoal… mas que seja lembrado apenas por isso e não por milhões de vítimas. Que não nos lembremos do COVID19 porque nesta Guerra morreram os nossos…

Sou uma otimista inata, mas neste momento não está fácil ver a Razão… (sim, eu acredito sempre que tudo tem uma razão de ser) …

Talvez seja um STOP grande que o Universo nos está a mandar…

 “Desacelerem, voltem a dar importância ao que realmente é importante! Revejam as vossas prioridades! E caminhem na mesma direção… Um por Todos e Todos por Um…”

Às vezes é preciso um dilúvio para re-aprender a nadar…

Contribuam todos para que o número de afogados seja o mínimo… é o dever de Todos!

Quanto a mim? Enquanto me for permitido estarei Aqui… à distância de uma sms ou telefonema para vos ajudar no que for possível.

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